Entrevista a Eduardo Pinto
O Eduardo Pinto é o jovem clarinetista que terminou este ano letivo o 8º Grau do Curso Secundário de Música no Conservatório Bomfim e que já se prepara para ir rumo à Suíça, onde continuará os seus estudos superiores de música. Em 2018 foi premiado com o 12º Prémio Bomfim e vários outros prémios ao longo do seu percurso artístico. Estivemos à conversa com ele.
(Ler a edição completa do Boletim Bomfim)
Quantos anos estudaste no Conservatório Bomfim?
Eu estudei 12 anos no Conservatório Bomfim, sendo que apenas comecei a estudar clarinete um ano depois de ter ingressado no Conservatório.
Como surgiu o teu gosto pelo Clarinete?
Na verdade, não tenho uma explicação muita objetiva para a escolha que fiz quando tinha 7 anos. Lembro-me que fui experimentar vários instrumentos e acabei por “achar piada” ao clarinete. Talvez por ter sido um dos instrumentos com o qual consegui tocar qualquer coisa… Talvez tenha sido porque a professora era muita simpática… Só sei que estou muito contente com a escolha que fiz.
Conta-nos brevemente um dos melhores momentos que viveste no CB.
Doze anos no Conservatório Bomfim significam muitos bons momentos. Tendo de escolher, escolheria um momento que vivi no final do meu 9º ano, num estágio de verão organizado pelo Conservatório. Foi uma semana na qual os clarinetes da escola se juntaram em grupo e prepararam uma série de obras para apresentar. No final, o trabalho foi apresentado num concerto. Guardo esse concerto particularmente bem na memória, pois foi um dos primeiros concertos em que me lembro de chegar ao fim e pensar: “Oh… que pena, já acabou.” Foi um dos momentos que me levou a perceber o quanto gostava de estar em palco e fazer música, e o quanto eu queria continuar a fazê-lo.
E qual o momento mais engraçado que guardas na memória?
Momentos engraçados vividos no Conservatório não faltam. Porém, há um que se destaca. Aconteceu ainda este ano, numa sexta feira à tarde. O que se passou foi o seguinte: duas colegas da minha turma espalharam a notícia que tinham trazido uma caixa com um coelho dentro e que o Sr. Mota, não sabendo o conteúdo da caixa, a deitou ao lixo. À primeira, ninguém conseguia acreditar no que tinha acontecido… Não é todos os dias que se deita um coelho ao lixo. Passámos o resto do dia na dúvida: “Será que o coelho foi mesmo deitado ao lixo?”. A verdade é que muita gente (inclusive eu) fomos para casa a pensar que o coelho tinha mesmo sido deitado ao lixo. No dia seguinte, a história chegou aos ouvidos da professora de ATC da minha turma, a professora Ana Sério. Sendo a professora uma verdadeira ativista dos animais, não conseguia viver em paz sabendo que um coelho tinha tido este triste fim. As ideias da professora para libertar o coelho foram tão realistas, que os mentirosos tiveram de confessar que afinal não havia coelho nenhum. Não me lembro de tanto me rir no Conservatório.
Onde vais continuar os teus estudos?
Eu vou continuar os meus estudos no Conservatorio della Svizzera Italiana, em Lugano, na Suíça, na classe do professor Jordi Pons, que eu admiro muito.
O que está no teu horizonte para os próximos anos, queres partilhar?
Nos próximos tempos quero sobretudo aprender e continuar a trabalhar para me tornar cada vez melhor músico. Gostaria que o meu trabalho me levasse a atingir um bom nível que me permitisse trabalhar no mundo da música e fazer uma diferença positiva naqueles que me gostassem de ouvir. Penso que estudar fora do país me vai ajudar a crescer tanto como músico como pessoa, sendo por isso uma experiência que estou ansioso por iniciar.